Medidas de nível quatro podem ser catastróficas para Moçambique

A introdução das medidas restritivas de nível 4 em Moçambique seria catastrófica para a população vulnerável, adverte o director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani.
A advertência surge em resposta a uma questão sobre a possibilidade de isolar a província de Cabo Delgado e a cidade que Maputo, onde foram diagnosticados os actuais 39 casos positivos do novo coronavírus.

 “A implementação das medidas de nível 4 num país como Moçambique seria catastrófico para as camadas mais vulneráveis da nossa população”, disse Jani.
Por isso, explicou que o Governo está a trabalhar para mobilizar a população para que respeite as medidas em vigor desde 1 de Abril corrente, que têm como principal objectivo travar a propagação do novo coronavírus.

“Queremos a todo o custo que não haja transmissão comunitária do vírus e, para isso, dependemos do cumprimento das medidas que foram decretadas pelo Governo”, disse.
Portanto, disse Jani, “continuamos a dizer que as pessoas devem limitar as suas movimentações ao essencial. É isso que dizem as medidas de nível 3, para que evitemos a todo o custo que o país tenha de implementar medidas de nível 4”.

Aliás, disse a fonte, as medidas de nível 3 dizem que cada cidadão deve limitar a sua movimentação, incluindo deslocações interprovinciais.
Além disso, não existem evidências de transmissão comunitária do vírus, pois todos os casos diagnosticados até então estão relacionados com cadeias de transmissão esporádicas, como, por exemplo, a cadeia de transmissão de Afungi, no distrito de Palma, em Cabo Delgado.
Outras cadeias de transmissão esporádicas detectadas acabaram sendo bloqueadas através de isolamento e quarentena, pelo que não há evidências de transmissão comunitária.

Questionado sobre as declarações proferidas pelo director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que afirma que o número de casos positivos diagnosticados em África, incluindo Moçambique, poderá estar longe de espelhar fielmente o cenário actual, Jani concorda plenamente.

Explicou que a maior parte dos casos são assintomáticos ou apresentam uma sintomatologia ligeira, algo que dificulta a detecção do novo coronavírus, e isso ocorre em todos os países do mundo.
“É por isso que a principal forma de controlo desta epidemia são as medidas de prevenção, nomeadamente higiene individual e colectiva”, disse Jani, referindo-se ainda à quarentena e isolamento social.

Refira-se que, dos 39 casos positivos que o país já diagnosticou, oito são dados como recuperados.

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