O que entendem os cidadãos sobre o Estado de Emergência?



Há cidadãos que não compreenderam o conceito de Estado de Emergência declado pelo Presidente da República. Aliás, há também alguns estabelecimentos que não são de diversão e muitos menos culturais que fecharam as portas.

O primeiro dia da entrada em vigor do Estado de Emergência foi muito muito calmo na cidade de Maputo. As ruas da capital estavam quase que desérticas. O comércio informal, pelo menos na baixa da capital, há muito não se faz sentir.

Já as lojas, estas, estavam fechadas. Não porque há muito estava assim. A Polícia Municipal, segundo testemunhas, mandou fechar as lojas como forma de evitar a propagação do novo coronavírus.

O ambiente favorável para contaminação pela COVID-19 registou-se nas paragens, onde os passageiros, sem obedecer a distância mínima recomendada pelas autoridades, faziam aglomerados populacionais à espera de um transporte que os levasse à casa.

“Estamos cheios aqui na paragem. Estamos próximos uns dos outros e nem um metro é isso. Afinal o que significa tal Estado de Emergência?” questiona Elda Flávio, munícipe da cidade de Maputo, com um olhar atento à chegada do autocarro que a levaria para o seu destino.

Na verdade, esta é a dúvida de muitos cidadãos. Para alguns chega mesmo a significar ficar em casa e proteger-se da doença. “Para mim, Estado de Emergência seria ficar em casa e se proteger dessa doença e não estar aqui a lutar com chapa. É no transporte que vou apanhar a COVID-19” disse Elísio Tembe.

E para outros significa o encerramento de alguns serviços… “eu entendi que os serviços essenciais para os cidadãos como da venda de alimentos, bancários, água e energia. Mas o que estamos a ver é que a Polícia Municipal está a mandar fechar lojas. Já não estamos a entender nada”, estranhou um dos munícipes de Maputo, secundado por Célio ao opinar que “antes de mandar fechar as lojas e expulsar os vendedores informais deviam criar uma cesta básica para estas famílias que dependem do comércio como têm feito os outros países”. 

A acção da Polícia Municipal estendeu-se aos informais no Museu. Estes foram arrancados os seus produtos porque a forma como estavam organizados propicia a contaminação pelo novo coronavírus.

“Chegaram aqui por volta das 12 horas e começaram a arrancar os nossos produtos. Nós não entendemos porquê fizeram isso. A nossa separação é de quase dois metros e aqui não vai haver contaminação da doença”, refutou Dália Sitoe, uma das vendedeiras informais na cidade de Maputo.

É disto que vivem grande parte das famílias…“eu vendo aqui já há 13 anos. Se hoje (actualmente) nos tiram deste local e não nos indicam outro Mercado para exercermos as nossas actividades, como faremos para sobreviver”?, questionou António João retoricamente uma das vendedeiras do Museu, cidade de Maputo. 

Enquanto isso, as pessoas vão se aglomerando nas paragens à espera do transporte público e, se calhar, de serem contaminados pela pandemia da COVID-19.

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