Programa Mundial de Alimentação reduz apoio em Moçambique por falta de fundos





A Falta de fundos obrigou o Programa Alimentar Mundial (PAM) a reduzir o apoio entregue a famílias moçambicanas afectadas pelos ciclones de 2019, disse esta quinta-feira à Lusa fonte da organização.

"Desde Janeiro, o PAM foi obrigado a reduzir as rações", referiu Espinola Caribe, chefe do programa das Nações Unidas na cidade da Beira, centro de Moçambique.

Em vez dos habituais 40 quilos de milho ou arroz entregues por mês a cada família como produto base para sustentar agregados vulneráveis, passaram a ser distribuídos 20 quilos para cada, detalhou.

"Temos problemas sérios de fundos. Temos uma necessidade de 48 milhões de dólares para poder continuar a assistir 1,3 milhões de pessoas" que actualmente são ajudadas.

"Estamos a bater às portas", acrescentou, uma vez que, sem essa verba, 525 mil pessoas "estarão fora do programa, por falta de fundos" durante o mês de Março.

O PAM lançou o apelo a parceiros internacionais, tem organizado reuniões e visitas ao terreno por forma a manter o nível de apoio.

Apesar de os ciclones já terem acontecido há um ano, é pouco tempo para as famílias recuperarem os seus rendimentos e o acesso a comida, referiu Espinola Caribe.

"São pessoas que perderam tudo" quando estavam prestes a começar a colheita "e que dependem da agricultura de subsistência", pelo que só depois de Abril ou Maio, com a primeira colheita de sucesso depois dos ciclones, poderão começar a ter alimentos.

Mesmo essa esperança ficou em dúvida em vários locais do centro do país, devido a inundações registadas nas últimas semanas, afectando novamente quem já tinha sofrido em 2019 - num total de 71 mil pessoas só na província de Sofala.

Logo após os ciclones, na fase de emergência, a ajuda do PAM chegou a 1,8 milhões de pessoas, descendo depois para os números atuais - que recebem apoio em géneros ou cheques desconto, que podem ser trocados por produtos do mesmo cabaz em pontos comerciais definidos.

O cabaz mensal inclui milho, arroz, ervilha, feijão, óleo vegetal e sal.

Além das vítimas dos ciclones e inundações deste ano, o apoio do PAM chega também às comunidades do Sul de Moçambique que sofrem com seca e aos deslocados devido à violência armada no Norte, na província de Cabo Delgado.

A actual época das chuvas em Moçambique, de Outubro a Abril, já matou 54 pessoas e afectou cerca de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique. (RM)

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