Niassa terá uma exploração mineira organizada de recursos minerais

A província nortenha de Moçambique, Niassa, vai, nos próximos momentos, conhecer uma exploração organizada de recursos minerais.

Para concretizar esta acção, está em curso, desde a manhã desta segunda-feira, com a duração de 10 dias, uma capacitação dos agentes recenseadores do Censo de Mineradores Artesanais em Niassa com o objective de colher dados estatísticos sobre mineração artesanal no País.

Ainda pretende-se saber desta actividade, o número total dos mineradores existentes na província e sua localização, faixas etárias predominantes que exercem essa actividade, forma de organização das comunidades mineiras, entre vários dados.

Dinis Vilanculo, Secretário de Estado na província de Niassa, que procedeu à abertura da capacitação dos agentes, sublinhou que a província que dirige possui um potencial geológico-mineiro para a exploração em quase todos os distritos, a partir de ouro, granito vermelho, amazonite, calcário, fosfatos, sienitos, pedras preciosas, carvão, kimberlitos por certificar a sua mineralização com diamantes e granadas.

Vilanculo, destacou que há necessidade de se investir em trabalhos de prospecção e pesquisa em cartografia geológica, levantamento geofísico e investigações geológicas especiais que permitam aprofundar o conhecimento geológico para aferir reservas económicas e descobrir jazigos de minerais novos.

O dirigente, acrescentou que segundo a cartografia das áreas de mineração artesanal, a província possui 47 focos de ocorrência nos distritos de Lago, Sanga, Mavago, Muembe, Marrupa, Maúa, Cuamba, Chimbunila e Lichinga, que permitiram, deste modo, a definição do número de recenseadores sazonais necessários.

O censo não só pretende recolher dados sobre a exploração mineira em Moçambique em geral e na Província em particular junto dos mineradores artesanais, como também, irá recolher dados sobre as condições de vida das comunidades nas áreas de ocorrência da mineração artesanal que compreendem os mineiros, comerciantes das áreas mineiras e líderes comunitários.

O governante, assegurou que, a informação a ser produzida não servirá apenas de suporte para a formulação de políticas e programas sectoriais do Governo, como também, fornecerá dados socioeconómicos indispensáveis para o acompanhamento da evolução das condições de vida, não só dos mineiros, como também da população residente nas zonas de mineração e o seu contributo para a economia nacional em geral e da província em particular.

“Pretendemos com este censo, dar valor de forma particular a este sector da mineração artesanal, através de programas específicos de treinamento em boas práticas mineiras e ambientais e, por outro lado, em acções de formalização, de modo a incentivar o crescimento dos operadores artesanais para a constituição de empresas e contribuição para os cofres do Estado”, salientou Vilanculo.

O representante do Estado na província de Niassa, garantiu que com este Censo, espera-se que haja melhor organização da actividade mineira, artesanal e consequente redução de mineração illegal, melhoria da vida dos mineradores artesanais e da sua família, arrecadamento de receita do Estado e redução dos impactos negativos.