Segurança alimentar e nutricional está estável na província de Niassa

A Província de Niassa, a norte de Moçambique, com terras aráveis e clima favorável para a prática de agricultura, goza de uma estabilidade digna de apreço em termos de segurança alimentar e nutricional.

A garantia nesse sentido foi avançada pelo Secretário de Estado na Província de Niassa, Dinis Vilanculo, na manhã da última sexta feira, na Sala de Grandes Eventos do Conselho Municipal da Cidade de Lichinga, na esteira das celebrações do Dia Mundial de Alimentação e Nutrição.

Vilanculo, destacou que a província que dirige possui condições agro-ecológicas favoráveis para a prática de agricultura, cenário que justifica o gráfico de segurança alimentar e nutricional que caracteriza a região, não registrando, consequentemente, bolsas de fome.

O dirigente ampliou que, ao longo do III trimestre de 2021, a segurança alimentar e nutricional ao nível da Província está garantida, tendo em conta que as necessidades de consumo se situam em 846 065 toneladas e a produção obtida foi de 3.015.979 toneladas, havendo um excedente agrícola de 1.373.694 toneladas.

E porque para o presente ano a efeméride assinala-se sob lema: “Nossas acções são o nosso futuro, melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e uma vida melhor”, Vilanculo defende que a escolha do referido lema tem em vista consciencializar a opinião pública sobre a nutrição e alimentação no seio das comunidades.

Ainda discorrendo em torno da mesma linha de pensamento, o governante aflorou que o lema supracitado é de vital importância para a chamada de atenção a respeito do impacto da pandemia da Covid-19 nos sistemas alimentares e agro-alimentares globais, perda de meios de subsistência, aumento da insegurança alimentar e as desigualdades sociais originadas pela situação.

O governante, frisou que a data suscita temas que remetem a cada um a uma profunda reflexão em relação à população carente, sua segurança alimentar e nutricional.

Para Dinis Vilanculo, a segurança alimentar deve ser caracterizada por uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente.

Todavia, esta realidade, segundo aquele responsável, não é, infelizmente, vivida por grande parte da população de Niassa, apesar dos níveis de produção crescentes que, anualmente, são alcançados pela província.

A fonte que temos vindo a citar, observou que “é por isso que Niassa tem vindo a registar, nas nossas comunidades, casos da desnutrição, sobretudo, em crianças recém-nascidas”, situação que, no entender do governante, “é resultado da ingestão inadequada de nutrientes, aliado a outros factores, nomeadamente, o baixo nível de educação nutricional, os níveis elevados de infecção e a gravidez precoce”, ilustrou, Vilanculo, visivelmente apreensivo.

Contudo, o timoneiro aponta as causas subjacentes da desnutrição como a insegurança alimentar (especialmente no acesso limitado e no uso dos alimentos nutritivos), pobreza e práticas inadequadas em relação aos cuidados das raparigas adolescentes, mães e crianças, bem como, o acesso insuficiente à saúde, à água e aos serviços de saneamento.

Referiu ainda que, o Governo de Moçambique, em colaboração com os parceiros de cooperação, organizações da sociedade civil e sector privado, têm levado a cabo acções multidisciplinares, com vista a reduzir os níveis da desnutrição, através de actividades dirigidas aos agregados familiares, para a melhoria do acesso e utilização de alimentos de alto valor nutritivo.

Num outro desenvolvimento, o chefe do Conselho dos Serviços de Representação do Estado, no Niassa, salientou que é razão de entender que, com estas e outras acções, possa ver aumentada a oferta e o consumo de alimentos fortificados nas comunidades; assegurado o saneamento básico nos domicílios dos agregados familiares mais vulneráveis e com raparigas adolescentes, mulheres grávidas, lactentes e crianças menores.

Apontou, igualmente, a necessidade de haver reforço da capacidade dos agregados familiares vulneráveis à insegurança alimentar e nutricional, para o processamento e armazenamento adequado dos alimentos e disponibilidade de alimentos com alto valor nutritivo, produzidos localmente e utilizados pelas famílias mais vulneráveis e com acesso aos serviços de apoio e protecção social para assegurar a alimentação suficiente e diversificada das mulheres grávidas, lactentes, adolescentes e crianças dos 6 aos 24 meses de idade.

Dado o facto de o evento celebrado nesta sexta-feira coincidir com o Dia da Mulher Rural, o Secretário de Estado no Niassa, aproveitou o ensejo para saudar, àquela camada social, especialmente, a viver nesta pérola do Índico, pelo seu incontestável contributo na consolidação do tecido social e preservação das nobres práticas identitárias do povo moçambicano.

Ao culminar verbalizou que a luta contra a fome tem de ser feita sobretudo nas zonas rurais. Mais investimentos devem ser feitos em prol dos pequenos produtores, agricultores familiares, mulheres rurais e outros grupos nas comunidades.

Refira-se que o Dia Mundial de Alimentação foi estabelecido em 1979 pelos países membros na vigésima Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), agência que assume o papel de liderar os esforços internacionais para o alcance da segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade, suficientes para levar-se uma vida activa e saudável.

 

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